Verticalização é um processo urbanístico que ocorre em metrópoles e consiste
na construção de grandes e inúmeros edifícios – o que acaba, inevitavelmente, dificultando a circulação de ar, devido à diminuição do
espaço físico plano para
construção. Ademais, é decorrente a formação de ilhas de calor nesses
locais.
A verticalização
urbana de acordo com Maria Adélia de
Souza (1994, p. 129) constitui-se de uma “especificidade da urbanização brasileira”, pois “em nenhum outro
lugar do mundo o fenômeno se apresenta como no Brasil, com o mesmo ritmo e com
a mesma destinação prioritária para a
habitação”. Dessa forma, a verticalização aparece como uma das principais
modalidades de apropriação do espaço urbano nas grandes cidades do mundo e também no Brasil (...) gerando
sentimentos de satisfação.¹
Skyline de Macapá em Formação |
Mendes (1992 p. 32) define a
verticalização como o “processo
intensivo de reprodução do solo urbano, oriundo de sua produção e
apropriação de diferentes formas de capital, aliado às inovações tecnológicas, alterando a paisagem urbana”. O autor
fala de processo intensivo, o seja, o solo urbano (escolhido de forma seletiva)
possui a capacidade de receber edifícios
de forma acelerada a partir dos ditames do grande capital. ¹
Av. Almirante Barroso |
O município
de Macapá detém somente 4% de redes de esgoto segundo os últimos dados do IBGE,
além de ter em média um ou dois lançamentos imobiliários por ano, muito atrás
de cidades vizinhas como Belém e Manaus onde ocorrem em média mais de três lançamentos
imobiliários a cada mês, logo baseado na definição de Mendes, Macapá
não possui capacidade de receber edifícios de forma acelerada, entretanto, os poucos
edifícios existentes já tem alterado a paisagem urbana da cidade.
O Estado se configura como um
dos principais produtores, transformadores e modeladores do espaço urbano capitalista, sendo de suma importância
abordá-lo, juntamente ao Capital, como categorias de análise, para melhor
compreensão do processo de produção das cidades. Em primeiro lugar, verifica-se
que o Estado detém o instrumento de
regulação das Leis, onde, é comandado pela elite
possuidora do poder político ou econômico, ou de ambas, a qual direciona o Plano Diretor – Lei de Uso do Solo,
dentre outras leis -, para benefício próprio ou para terceiros em trocas de
favores; e entre essa elite estão agentes privados que usam de seu poder para
burlar ou modificar a legislação.²
A
verticalização urbana é um processo comum e decorrente nas grandes cidades
brasileiras, e que de certo modo pode também contribuir para a racionalização do uso do solo urbano, nem sempre verticalização urbana significa
perda da qualidade de vida, algumas cidades como Niterói e Santos, por
exemplo, são bastante verticalizadas e possuem o terceiro e o quinto melhor IDH (índice de Desenvolvimento Humano) entre
os municípios do Brasil, enquanto que o município de Macapá não está nem entre
os quatrocentos melhores colocado, e entre as capitais está em vigésima quarta
entre as vinte sete capitais.
Rua Manoel Eudóxio Pereira |
Macapá tem um
déficit habitacional gigantesco, sofre
com especulação imobiliária, tem problemas de regularização fundiária,
mesmo na zona urbana, e um grande problema
de saneamento básico, que por conta dos recentes edifícios que estão sendo construídos,
estão sofrendo uma pressão por parte da população e do grande capital para que
esses problemas sejam resolvidos, com exceção da especulação imobiliária que só
tem piorado, de qualquer forma, as chegadas destes empreendimentos pressionam
para a instalação de uma infraestrutura,
que até então não se pensava e que a cidade tem que está preparada para quando
a verticalização urbana de fato começar em Macapá.
Referências:
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