sábado, 30 de junho de 2012

A utilização de woonerfs no urbanismo



Mas o que são os woonerfs?

Os woonerfs são vias públicas onde os pedestres e ciclistas têm prioridade sobre os automóveis e motocicletas, ou seja, uma rua prioritariamente para pedestres, também chamado de “Zona prioritária para pedestres”.  O termo surgiu na Europa nas últimas décadas, mas ainda é pouco conhecido e explorado no Brasil, assim como as cidades ao redor do mundo as cidades brasileiras cresceram e se desenvolveram desde o século XX em função do automóvel, em muitas dessas cidades, casas, pequenas alamedas e até o estilo de vida de determinadas regiões da cidade foram alterados ou destruídos em função da abertura, prolongamento, construção ou alargamento de vias para dar lugar ao trânsito pesado das grandes cidades.





Quando uma via é transformada em um woonerf não significa que a passagem de carros fica proibida, na grande maioria das vezes o que acontece é que apenas a quantidade e a velocidade dos automóveis são reduzidas. Na Holanda onde em 1999 tinha aproximadamente 6.000 woonerfs o código de transito holandês diz: Nos termos do artigo 44 do código de trânsito holandês, o tráfego motorizado em uma "área de lazer" ou em um woonerf se restringe a andar em ritmo lento”. Na Alemanha os woonerfs são chamados de “Verkehrsberuhigter Bereich” e de acordo com o código de trânsito alemão a velocidade máxima não pode exceder 7km/h, e os pedestres e ciclistas estão autorizados a usar a via inteira e onde inclusive as crianças são autorizadas a brincar.

No Brasil a criação de zonas prioritárias para pedestres como os woonerfs seriam uma alternativa para manter o patrimônio histórico, arquitetônico, artístico e cultural de determinadas regiões das já caóticas cidades brasileiras, ou então a criação de uma alternativa de convívio público saudável e harmônico em meio a regiões comerciais ou empresariais das grandes cidades brasileiras. A instalação destas zonas também seria uma alternativa até mesmo em regiões periféricas onde as populações no geral têm poucos espaços públicos para o lazer.

Macapá tem uma área que poderia vir a ser um woonerf, a Alameda Francisco Serrano, que fica bem no centro comercial e aparentemente não foi construída para ser uma via para carros, e onde passam diariamente milhares de pessoas que trabalham seja nas lojas, nos órgãos públicos ou escritórios na região. Se reformulada a Alameda Francisco Serrano seria uma ótima opção de almoço e descanso para as pessoas que trabalham naquela área, e seria importante também dar uma utilidade noturna para aquela alameda uma vez que á noite aquela é uma região relativamente insegura.

Localização da Alameda Francisco Serrano

Vias ou áreas que poderiam se transformadas em woonerfs não faltam em nenhuma das cidades brasileiras, além de trazerem mais segurança diminuindo em muito a possibilidade de graves acidentes de transito, ainda possibilitam a convivência e a revitalização de áreas degradas da cidade. No caso da Alameda Francisco Serrano seria uma ótima alternativa, uma vez que atualmente o que se vê durante o dia é que a alameda serve de um grande estacionamento e durante á noite uma área propensa para a violência.

domingo, 17 de junho de 2012

Macrocefalia Urbana no Amapá


Vista aérea de Macapá - AP



O que é Macrocefalia?
Segundo a definição de Milton Santos macrocefalia urbana é “a massiva concentração das atividades econômicas em algumas metrópoles que propícia o desencadeamento de processos descompassados: redirecionamento e convergência de fluxos migratórios, déficit no número de empregos, ocupação desordenada de determinadas regiões da cidade e estigmatização de estratos sociais, que comprometem substancialmente a segurança pública urbana.” (2004, p. 306)

Macrocefalia urbana é um fenômeno urbano que ocorre principalmente em países ou regiões subdesenvolvidos. É caracterizada pelo desequilíbrio populacional de uma determinada região que pode ser classificada como cidade, estado ou país onde se tornam dominantes e autoritárias em relação a outras cidades por ser favorecida pela quantidade de habitantes que contém e também pela grande quantidade de indústrias em seu território. Este fenômeno produz cidades completamente desprovidas de infra-estrutura no interior desses territórios. De modo mais simples é quando a maior parte da população, da economia, da atividade industrial e comercial concentra-se em apenas um único aglomerado urbano dentro de um território, neste caso é quando a população, a economia, a indústria e o comercio estão concentrados entorno das capitais de determinados estados brasileiros.
As maiores e menores concentrações populacionais do país

No caso amapaense a macrocefalia urbana registra a mais alta taxa do país, onde 75,50% da população do estado do Amapá esta concentrada somente na Região Metropolitana de Macapá, que possui atualmente 515.883 habitantes e compreendem somente dois municípios, Macapá a capital do estado e Santana que está há pouco mais de 20 km de distância e ambas encontram-se em processo de cornubação. Essa macrocefalia no estado do Amapá se deve a toda a uma conjuntura histórica, desde o período territorial, quando o Amapá era Território Federal e onde quase todos os investimentos concentravam-se na capital, onde estava à máquina pública que ate hoje é o grande motor da economia do estado. Ou seja, sem uma diversidade de atividade econômica como indústria, comércio ou agropecuária o interior do estado e a capital cresceram em ritmo descompassado como descreve Milton Santos.

Percentuais de concentração populacional na Amazônia
Atualmente o Amapá detém a quinta posição nos estados quando se trata de taxa de urbanização 89.81%, na maioria dos casos quando uma região registra uma taxa de urbanização tão alta é por que sua zona rural é bastante desenvolvida e mecanizada, no entanto, o Amapá foge a regra, pois ocorre exatamente o contrário, a agropecuária no estado é extremamente deficiente e não conta com inventivos fiscais ou vantagens locacionais e ainda esbarra na regularização fundiária que é precária no estado devido ao fato de que somente recentemente as terras da união foram repassadas ao estado, ou seja, até pouco tempo atrás o Amapá era um estado, mas suas terras eram da união. Toda essa desvantagem adicionada ao fato da falta de estrutura faz com que o Amapá importe quase todo o alimento que consome dos estados vizinhos, sobretudo do Pará, e isto é mais uma das razões para a baixíssima atividade primária, que representa somente 4,3% da economia do estado, e resulta a grande concentração da população do estado na zona urbana e na capital.

Macapá apresenta o maior crescimento populacional percentualmente falando entre todas as capitais brasileiras, e esse fato se deve principalmente ao fator imigracional, na ultima década a população de Macapá cresceu 44% chegando a 407.023 habitantes, o percentual de crescimento populacional de Macapá vinha caindo gradativamente no período territorial, mas com a transformação do Território Federal do Amapá em estado em 1988 e a instalação da área de livre comércio de Macapá e Santana em 1991 o estado passou a receber grandes levas de imigrantes, vindos de todos os cantos do país, entre mão de obra especializada atraídos pelos concursos públicos e oportunidade de negócios e também mão de obra não especializada.

Mesmo não se caracterizando como metrópole dentro do contexto regional e nacional, a Grande Macapá desempenha um papel muito semelhante a uma metrópole dentro do estado do Amapá, e na sua região de influência que abrange todo o estado, e mais os municípios visinhos do Pará e a Guiana Francesa. Por concentrar um percentual tão elevado de habitantes, e da atividade econômica e dos demais serviços públicos e privados, toda a região sobre sua área de influência recorre a Macapá para as mais diversas atividades. E com os investimentos sendo feitos no interior do estado a perspectiva de crescimento inevitavelmente se concentra mais uma vez em Macapá, como é o caso da Ponte Binacional no Oiapoque, as hidrelétricas de Santo Antônio, Ferreira Gomes e Caldeirão, a ampliação do Porto de Santana e do Aeroporto Internacional de Macapá, além de mecanismos fiscais como a ZPE (Zona de Processamento de exportação), ZFV (Zona Franca Verde), FNO (Fundo Constitucional de Financiamento do Norte), FDA (Fundo de Desenvolvimento da Amazônia).


Região Metropolitana de Macapá vista de satélite
(Google Earth)
A macrocefalia no estado do Amapá tornou-se um problema, uma vez que ocorre a super-concentração populacional na Grande Macapá que não possui infraestrutura para suportar um contingente populacional tão grande, e ainda deixa o interior do estado em uma situação pior ainda, o que só gera cada vez mais problemas sociais, tanto na capital quanto no interior, dentre esses problemas destacam-se a falta de infraestrutura de saúde pública, falta de investimento em educação, sobretudo superior e técnica, déficit habitacional, crescimento desordenado, falta ou ausência de saneamento básico entre diversos outros problemas sócio-econômicos, que poderiam ser resolvidos se houvesse uma melhor administração do território amapaense.

Referências:







segunda-feira, 11 de junho de 2012

Estádio Zerão

Arquibancada do Estádio Zerão com o desenho da bandeira do Amapá
Fonte: http://maburro.es 

Inaugurado em 17 de Outubro de 1990
, pelo então presidente Fernando Collor de Melo o Estádio Milton de Souza Corrêa mais conhecido como Zerão, o único estádio no planeta onde os jogadores mudam de campo e também de hemisfério durante o jogo, uma vez que a linha central do campo acompanha a linha imaginária do equador, e por ter essa tão curiosa particularidade o Zerão (Assim chamado por está na latitude 0º) deveria ser o principal palco do futebol amapaense, uma vez que ele é ou foi o maior estádio do estado. Desde que foi inaugurado em 1990 com o jogo do Independente 1 X 0 Trem, e tendo a presença do craque Zico, o Zerão marcou aquela época, com uma estrutura até então faraônica para os padrões daquela Macapá Pós-Territorial.



Presidente Collor Inaugurando
o Estádio Zerão - 1990


Pista de atletismo inaugurada em 2015
Fonte: http://globoesporte.globo.com














Entretanto desde que foi inaugurado incompleto, diga-se de passagem, o Estádio Zerão mudou muito pouco e as mudanças não foram para melhor, após sua inauguração os sucessivos governos do estado não se sabe, se por falta de recursos para manter um estádio deste porte, ou simplesmente for falta de interesse não deram a devida atenção ao mesmo. O estádio chegou a fechar e não receber mais jogos por que a estrutura já estava tão deteriorada e tão má cuidada que não tinha mais condições de receber nenhuma partida. E assim o principal palco do futebol amapaense permaneceu fechado, esquecido e praticamente abandonado por vários anos. Nos últimos anos, desde 2007 mais precisamente várias ações estão sendo tomadas para reconstrução do estádio, e agora aparentemente o projeto não somente de reforma mas de ampliação e modernização do Zerão parecem caminhar a passos largos. Antes do anúncio das cidades sedes da Copa do mundo de 2014 o Zerão era praticamente certo de que seria sub-sede da copa, já que a capital vizinha Belém concorria para ser uma das sedes do mundial.

Localização, cortado pela linha do equador
Após o anúncio das cidades sedes, que não incluiu Belém, o Zerão agora pleiteia a ser estádio de Treino para alguma seleção durante a Copa de 2014, potencial para isso ele tem se as prometidas melhorias forem mesmo realizadas, como a pista de atletismo que está em fase de conclusão, a arquibancada do lado leste, além de cobertura, iluminação e diversas outras melhorias que o enquadrariam nos padrões da Fifa para ser local de treino. O governo do estado sinalizou que entregará a primeira etapa do estádio ainda este ano, provavelmente com o jogo do Flamengo e do mesmo Zico que a mais de 20 anos atrás inaugurou esse mesmo estádio, o que será que o craque se perguntará?

Ficha técnica:
Medidas do gramado: 110m x 75m (O padrão Fifa é 105m x 70m)
Capacidade máxima: 10.000 espectadores (Passará para 30.000 após ampliação)
Público record: 10.000 espectadores na inauguração
Pista de atletismo após ampliação

Projeto de Reforma e Ampliação do Zerão:
Perspectiva
Perspectiva
Visão superior

Referências:

http://globoesporte.globo.com/ap/noticia/2015/06/zico-devera-participar-de-inauguracao-de-pista-e-gramado-do-zerao-no-ap.html
http://maburro.es/estadio-zerao-norte-sur-centro-del-campo/

sexta-feira, 8 de junho de 2012

O Retrofit na Arquitetura e no Urbanismo


O que é o Retrofit?
Retrofit vem do inglês e ao pé da letra pode significar o que popularmente todos nós conhecemos como reforma, mas no meio da construção civil, em especial entre arquitetos e engenheiros o Retrofit tem o sentido de atualizar, modernizar, adaptar para a realidade atual e as novas exigências do mercado e do grande capital, as edificações e espaços degradados pelo tempo ou pela má conservação, dando-lhes conforto térmico-acústico, acessibilidade, novas tecnologias, eficiência energética, novos sistemas de comunicação e segurança, ou seja, compatibilizando a construção com as atuais legislações urbanas e lhes re-agregando valor. Em síntese o Retrofit é um renascimento da construção ou do local, colocando o antigo em boa forma e contribuindo para manutenção e preservação do patrimônio arquitetônico original.

Retrofit na Arquitetura

Apesar de muito semelhante, não seria apropriado se referir ao Retrofit como uma espécie de reconstrução, pois esta ficaria a cargo de uma simples restauração, ao invés disto, busca-se o renascimento. No mundo da construção, a arte de retrofitar está aliada ao conceito de preservação da memória e da história. Que está na raiz do termo Retrofit, que surgiu na Europa e nos Estados Unidos onde as rígidas leis de manutenção do patrimônio histórico e arquitetônico impedem certos tipos de reformas ou reconstruções tradicionais, exigindo assim que fosse desenvolvida uma nova técnica na construção civil que requalifica-se a construção.

Segundo a arquiteta doutora Roberta Consentino Kronka Müilfarth, do Labaut (Laboratório de Conforto Ambiental e Eficiência Energética da Universidade de São Paulo), “essa requalificação pressupõe tornar o edifício mais "sustentável", pois ataca-se o problema do consumo exagerado de água e energia, apostando na ventilação natural do edifício, reúso de água, uso de água de chuva e outras alternativas. "É uma prática arquitetônica dentro do desenvolvimento sustentável", acredita Roberta 

Retrofit no Urbanismo
Puerto Madero - Buenos Aires - Argentina

A técnica do Retrofit não se aplica apenas em edificações, mas também pode ser aplicado a áreas urbanas inteiras, o que está acontecendo cada vez mais em grandes projetos de intervenções urbanísticas, que visam o renascimento de determinada área ou região, que pode ou não dependendo do projeto manter sua função original, mas na maioria dos casos o Retrofit aproveita o espaço, a arquitetura e a tradição do local e a reconfiguram para uma finalidade totalmente diferente de sua função inicial.

Na região Norte temos alguns exemplos de retrofit urbano aliado a restauração, um dos exemplos mais conhecidos, talvez a nível internacional seja a Estação das Docas em Belém, inspirado no projeto de Puerto Madero em Buenos Aires, aproveitou-se galpões erguidos no final do século XIX para armazenar borracha e que ficaram abandonados e sub-utilizados por décadas para serem reconfigurados em um grande centro de lazer, turismo e contato da população belenense com a Baia do Guajará, e que hoje é um dos principais locais de lazer da capital paraense.
Estação das Docas (Antes e Depois)  - Belém

Em Macapá também temos um belo exemplo do uso da técnica do retrofit em conjunto com a restauração e o paisagismo, o Projeto do Parque do Forte concluído em 2006, aproveitando a área do entorno da Fortaleza de São José de Macapá que se encontrava totalmente subutilizada criou-se um grande espaço de lazer e turismo que até então a capital macapaense não possuía, e que hoje é reconhecidamente a principal área de passeio da população.
Parque do Forte (Antes e Depois) - Macapá

O retrofit urbano transforma áreas obsoletas e até com problemas sociais em áreas economicamente e socialmente ativas, onde a degradação e violência dão lugar à renovação urbana e maiores consciência e cuidado com o meio. "Na Europa é muito comum a requalificação urbana onde até bairros inteiros são transformados, em oposição à expansão urbana", explica Roberta. De acordo com a pesquisadora, a expansão urbana é cara, pois implica alterar a infra-estrutura básica e de transportes , enquanto que o reaproveitamento de áreas degradadas ou subutilizadas tira partido de equipamentos existentes e reconecta o tecido urbano truncado de áreas subutilizadas da cidade.

Referências:

segunda-feira, 4 de junho de 2012

ZONA NORTE DE MACAPÁ

Zona norte de Macapá vista de Satélite
(Fonte: Google Earth)

População: 150.000 Habitantes (Estimativa)
Número de Bairros: 22 Bairros (Relativo)
Serviços importantes: Rodoviária, 1 Hospital Regional (Em construção), 1 Unidade de Pronto Atendimento, Instituto Federal do Amapá - IFAP, Superfácil e Bombeiros.

A Zona Norte de Macapá começou a surgir no inicio da década de 1980 com o surgimento de bairros como São Lázaro e Jardim Felicidade, e de lá pra cá continua sendo o maior vetor de expansão urbana horizontal da cidade, nos últimos anos, no entanto esta expansão tem ganhado grandes dimensões uma vez que hoje a Zona Norte possui uma população de aproximadamente 150.000 habitantes, ou seja, superior a segunda maior cidade do Amapá, Santana, que tem pouco mais de 100.000 habitantes. Logo a Zona Norte representa aproximadamente 22% da população do Amapá e 37% da população de Macapá. São notáveis as problemáticas vivenciadas pela população desta importante zona da cidade, os problemas vão desde a ausência de saneamento básico, problemas de abastecimento de água (Existem até algumas regiões que nunca receberam abastecimento pela Caesa), constantes queda de energia (O que não é uma exclusividade da Zona Norte, mas sim de toda Macapá), deficiências no transporte público, falta áreas verdes, ausência de centros culturais e grandes deficiências de diversos serviços públicos e privados, principalmente no que eu se refere à saúde e a educação.

Esta região da cidade pode ser considerada uma “zona dormitório”, apresentando uma espécie de migração pendular em relação à Zona Sul de Macapá, também é notável o inicio de uma formação de identidade cultural própria desta zona, uma vez que já ocorrem diversos eventos culturais próprios como o Círio da Zona Norte, Quadra junina, Carnaval entre outros eventos e já existe até mesmo um jornal próprio (Jornal do Povo da Zona Norte). Vale-se também atentar para a cada vez maior autonomia administrativa que a região vem ganhando após a implantação da Sub-Prefeitura da Zona Norte. É notável, cada vez mais, a transferência de vários órgãos públicos como Detran, Rurap, Politec e mais recentemente a Justiça Federal e em breve a Policia Federal e a Advocacia geral da união irão se instalar nesta região da cidade. E com a construção da Rodovia Norte-Sul o governo do estado, a prefeitura e a união já sinalizaram a futura transferência do complexo administrativo que atualmente se encontra no centro de Macapá para a região da rodovia Norte-Sul, um audacioso projeto que já está sendo chamado de "Cidade Administrativa".

Rod. Tancredo Neves
Superfácil Zona Norte
Prédio da Justiça Federal


Como podemos notar a Zona Norte de Macapá apesar de seu problemas de infraestrutura é hoje a região que tem registrado maior expansão dentro da área urbana de Macapá, principalmente em termos populacionais, e uma das principais razões é o baixo valor dos lotes se comparados a algumas áreas da zona Sul e a grande disponibilidade de áreas para construção, entretanto a Zona Norte está sofrendo uma especulação fundiária crescente que tem aumentado os preços e o custo de vida nesta região da cidade. A tendência para o futuro é que a Zona Norte continue crescendo cada vez mais e adquirindo novos investimentos tanto por parte do poder público como por parte da iniciativa privada e seja cada vez menos dependente da Zona Sul de Macapá, porém se os problemas de saneamento básico, saúde, educação, moradia e transporte são bastante sérios em Macapá como um todo, na Zona Norte estes problemas são ainda maiores, e esta região da cidade demanda investimentos maciços nestas áreas com urgência. 


Obras do Hospital Metropolitano 
(Paralisadas há anos)
Balneário do Curiaú


Conjunto Macapaba
(Maior empreendimento habitacional
popular do Amapá)



Referências:

ZONA SUL DE MACAPÁ

Zona Sul de Macapá vista do espaço
(Fonte: Google Earth)


População: 230.000 Habitantes (Estimativa 2012)
Número de Bairros: 17 Bairros
Serviços Importantes:  4 Hospitais (2 Públicos e 2 Particulares), 2 Universidades (UNIFAP e UEAP), 17 Faculdades. 

A Zona Sul de Macapá é onde surgiu Macapá, e concentra não somente os mais antigos e tradicionais bairros como Centro, Laguinho, Trem, Jesus de Nazaré e Santa Rita, mas concentra também quase todos os serviços públicos de hospitais, escolas, universidades, faculdades além do centro comercial e shoppings centers. A principal zona de Macapá possui aproximadamente 230 mil habitantes, ou seja, sozinha concentra 34% da População do Amapá e 57% da População de Macapá. Mesmo concentrando a maior parte da população, dos serviços e da atividade econômica do município de Macapá a Zona Sul também sofre com problemas de saneamento básico, somente 4% da cidade possui saneamento básico, e quase a totalidade desse percentual está nesta zona da cidade, e é nesta zona que se encontra a maior parte da população vivendo em áreas de ressacas da capital, principalmente nos Bairros do Muca, Novo Buritizal, Congós, Jardim Marco Zero e Universidade.


Vista noturna da Zona Sul de Macapá
Rua Manuel Eudóxio
Fortaleza de São José de Macapá




Nesta zona da cidade concentra-se os principais pontos turísticos como a Fortaleza de São José, o Monumento Marco Zero, Igreja de São José, Trapiche Eliezer Levy, Praça do Araxá, Casa do Artesão e a Orla do Santa Inês. Na Zona Sul também concentra-se quase toda a atividade cultural de Macapá como o Carnaval (Sambódromo), o Ciclo do Marabaixo, o Museu Sacaca, o Museu Joaquim Caetano além de bares e casas noturnas. A Zona Sul também é um vetor de expansão horizontal, principalmente no eixo da Rodovia Juscelino Kubistchek há uma quantidade crescente de condomínios residenciais de alto padrão. Na Zona Sul também é onde atualmente concentra-se, principalmente nos bairros centrais a crescentes construções de edifícios residenciais, o que alguns consideram como um principio de verticalização urbana, de certo modo podemos caracterizar a Zona Sul de Macapá como uma região de expansão, tanto horizontal quanto vertical da cidade, nos últimos nos tem-se notado cada vez mais a elitização do eixo da Rodovia Juscelino Kubitschek, onde estão surgindo a maior parte dos condomínios fechados de alto padrão da cidade.

Praia do Aturiá
Área de ressaca ocupada 















Referências:


domingo, 3 de junho de 2012

Resquícios do urbanismo hispânico no Brasil



Entre os anos de 1580 e 1640, Portugal esteve submetido à coroa Espanhola no episódio que ficou conhecido como União Ibérica, e em decorrência desta união, o Brasil também esteve sob o domínio espanhol por 60 anos, o que é um capitulo pouco explorado da história, tanto lusitana quanto brasileira, exceto pelo fato de neste período ter se iniciado as bandeiras que remodelaram o mapa do Brasil colônia e que provocou a extinção do Tratado de Tordesilhas. Mas e quanto às histórias não sabidas?

Praça São Francisco
São Cristóvão - SE
O que pouca gente sabe é que a União Ibérica e sua conseqüente influência no Brasil também se estenderam ao urbanismo, e seus resquícios ainda podem ser notados na pequena cidade de São Cristovão em Sergipe, fundada em 1590 em plena união ibérica, é considerada a quarta cidade mais antiga do país, e foi capital do estado até 1855, e guarda em sua praça matriz a Praça de São Francisco fortes influências do urbanismo colonial hispânico. 
“A Praça São Francisco é uma das marcas daquele momento. É parecida com outras praças encontradas nos países colonizados pela Espanha.” 
(Luiz Alberto Santos – Sub-Secretário do patrimônio histórico e cultural de Sergipe).


A Praça de São Francisco se caracteriza pela sua ortogonalidade, ou seja, tem todas as esquinas em ângulos retos e com as ruas principais e secundárias originárias de seus cantos, o que é uma característica do urbanismo colonial hispânico diferente do português daquela época. Além da praça em si, existe um rico patrimônio histórico-arquitetônico em torno dela, como o convento de São Francisco com arquitetura barroca do inicio do século XVII, a Casa da misericórdia e o palácio provincial, hoje Museu histórico de Sergipe.
Praça de São Francisco - Vista Superior
Além disso, a Praça de São Francisco ainda ganhou ao longo dos séculos grande importância cultural sendo um centro de manifestações populares como o entrudo festas juninas, solenidades cívicas e religiosas. Por tudo isso, em 1º de Agosto de 2010 a Praça São Francisco da pequena São Cristovão em Sergipe ganhou o cobiçado titulo de patrimônio cultural da humanidade pela UNESCO.
Igreja de São Francisco
(Foto:  Tito Garcez)
Pátio Interno da Igreja de São Francisco


















Referências:
Baseado na Revista de História da Biblioteca Nacional (06/2010, p. 10)