segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Monumento Marco Zero: Um ponto turístico estéril e hostil ao visitante.


Vista traseira do Monumento Marco Zero e entorno
Imagem via: Site Visiteobrasil.com - Foto: Jorge Andrade
Se analisarmos profundamente veremos que o Monumento Marco Zero é um ponto turístico hostil ao visitante, primeiro por estar em uma rotatória no meio da Rodovia Juscelino Kubitschek, sem faixa para os pedestres que precisam acessá-lo, e são obrigados a atravessar em meio a um trafego intenso e onde os veículos circulam em alta velocidade, um perigo e tanto. Ciclistas e motoristas que acessam o local também precisam de atenção redobrada, um segundo fator é o simples fato de não existir nenhum suporte para que o visitante permaneça mais de trinta minutos no lugar, o que contribui para que ele esteja distante do cotidiano da população macapaense e seja frequentado quase que exclusivamente por turistas o ano inteiro. Quando analisamos seu entorno a situação é ainda menos atrativa, um grande descampado estéril, poeirento no verão e lamacento no inverno, utilizado como estacionamento improvisado ou para festas privadas em sua maioria, que em nada contribuem para valorizar o lugar e que pouco ou nada trazem aos cofres públicos.

A solução óbvia para aquela área seria a implantação de um parque urbano, pois além de levar verde, saúde e bem-estar para aquela região da cidade, serviria também para promover atividades físicas, eventos esportivos e culturais, além de valorizar e muito o seu entorno. Porém tão importante quanto a construção do parque, seria a integração do Monumento Marco Zero a este complexo. Estratégias projetuais simples e outras relativamente dispendiosas podem tira-lo do isolamento, tais como a redefinição do sistema viário local e a inclusão do Marco Zero ao parque, reforma e redefinição de uso para o sambódromo em estado de abandono, entre outras. Para que isto se torne realidade é necessário visão estratégica e planejamento, e nada melhor do que a realização de um concurso de projeto, algo muito utilizado no centro-sul, e mais recentemente em Belém para escolha do novo parque do aeroclube, mas até hoje é um mecanismo inédito e talvez até desconhecido pelos agentes públicos amapaenses. 


Monumento Marco Zero e entorno
    Fonte: Google Earth, 2017
À primeira vista a implantação de um parque pode parecer para alguns algo supérfluo e secundário, diante do caos urbano e social que vivem as cidades brasileiras na atualidade, onde há falta investimentos na saúde, na educação, na segurança etc. Porém na realidade quando observamos os benefícios sociais, físicos e psíquicos resultantes da implantação de um bom projeto de parque público, verificamos que este melhora as relações sociais, incentiva a prática de exercícios físicos e atividades culturais, aumenta a autoestima da população e como bônus contribui para amenizar o calor. Contudo mesmo com todas as adversidades atuais, no fim de tarde ou início da manhã, é possível ver inúmeros moradores dos bairros em volta utilizando a área para fazer suas caminhadas e outras atividades físicas. 

Em Macapá quem não se lembra da euforia, quando foi inaugurado o primeiro parque urbano da cidade? O Parque do Forte, que de tão agradável e bem projetado popularmente ficou conhecido como “lugar bonito”, hoje, mesmo diante do relativo estado de abandono e má conservação ele ainda continua sendo um dos principais locais de passeio público dos macapaenses, ponto de encontros, de caminhadas e de infindáveis eventos culturais, a implantação do parque valorizou o principal cartão postal do estado, a Fortaleza de São José, mas e quanto ao segundo mais importante cartão postal, o Monumento Marco Zero? Local onde passa a linha do Equador e que divide o mundo em dois hemisférios? Ao que parece, até hoje não tem recebido a devida atenção.