domingo, 12 de agosto de 2012

Projetos de integração do Amapá


Desde que foi criado em 1943 por decreto do então presidente Getúlio Vargas, como Território Federal, o atual Estado do Amapá sofre com isolamento geográfico de toda ordem, é o único estado sem ligação rodoviária com o resto do país, e o transporte de cargas e passageiros só é realizado por via aérea ou fluvial. As implicações práticas dessa falta de conexão rodoviária com o resto do país são sentidas diariamente por todos os habitantes do estado e principalmente da Capital, que concentra quase 60% da população do Amapá, e que encarece o preço dos produtos em geral, causa do alto custo de vida amapaense, que importa quase tudo, desde tomates, passando por eletroeletrônicos até os automóveis de outros estados da federação.

Ao longo das últimas décadas foram idealizados diversos projetos de integração do Amapá com o resto do Brasil. Desde que foi criado em 1943 o Amapá não teve, e como não continua tendo, a devida atenção por parte do governo federal, no que se refere a sua conexão com o resto do país. Os governos militares nos anos 70 foram os primeiros a tentar uma integração com a implantação da Rodovia Perimetral Norte, posteriormente o governo amapaense mediante o governo federal para a implantação da Rodovia Transguianense para integrar o estado ao chamado platô das Guianas, perpassando pela hidrovia do Marajó e pela Rodovia Macapá-Belém, visando a integração definitiva do Amapá com o Brasil.

Rodovia Perimetral Norte (BR-210)

Projetada para interligar a fronteira norte do Brasil, como parte do Plano de Integração Nacional (PIN), deveria interligar Amapá, Pará, Roraima e Amazonas. Teve o inicio de sua abertura em 1973 no município de Porto Grande-AP, aproveitando os 102 km já abertos pela mineradora  Icomi saindo de Macapá, posteriormente foram abertos mais 170 km até chegar a terra indígena Waiãpi, onde entraram em choque com os indígenas e as obras foram paralisadas e o projeto extinto definitivamente em 1977, sem ter alcançado seu objetivo inicial.

Rodovia Transguianense

Rodovia que também é chamada de “arco Norte” de 2.346 km ligando Macapá a Boa vista em Roraima, passando por território Frances da Guiana Francesa, Suriname e Guiana. Iniciada nos anos 90 com um custo inicial de meio bilhão de reais esta rodovia é o projeto mais adiantado de todos, praticamente já concluído, até então os únicos impedimentos é a total pavimentação que está quase concluída, e a construção da Ponte Binacional do Oiapoque ligando Amapá e Guiana Francesa, que já está concluída, só esperando o lado brasileiro terminar suas obras alfandegárias. Quando estiver concluída representará uma grande oportunidade de negócios entre o Amapá e os países visinhos, além de mercadorias e turistas.

Hidrovia do Marajó

Talvez seja o projeto mais concreto e polêmico de integração do Amapá com o restante do país, trata-se da Hidrovia do Marajó, projeto de construção de um canal de 32 km rasgando o arquipélago do Marajó (PA) ao meio para interligar as cabeceiras dos rios Anajás e Atuá.  A hidrovia do Marajó perdeu muito dinheiro desde 1998, quando os primeiros recursos foram alocados para a obra que inicialmente custaria 28 milhões de reais, que foram devolvidos para os cofres da união, por que o ministério público na época alegou falhas no processo de licenciamento ambiental e alertou danos a natureza. A principal critica do projeto recais sobre a dragagem de 9 milhões de metros cúbicos de terra e o desflorestamento de 6,5 milhões de metros quadrados. Se construída o percurso atual de cerca de 580 km, partindo de Macapá (AP) até Belém (PA) diminuiria a distância para 430 quilômetros, e o tempo atual que é de 24h, poderia ser feito em até 18h. O projeto possibilitaria ainda que as embarcações desenvolvessem maior velocidade com mais segurança, o que poderia reduzir o tempo de viagem ainda mais para até 12 horas de viagem.

Rodovia Belém-Macapá

O projeto de interligação das duas capitais é ao mesmo tempo o mais difícil de ser concretizado bem como seria o projeto que tiraria definitivamente o Amapá do isolamento e traria os maiores benefícios para a população e para e economia do estado. Aproveitando rodovias já existentes, partindo de Belém pela Alça Viária se conectaria a PA-151 e depois a PA-475 até Tucuruí para de lá seguir pela BR- 230 mais conhecida como Transamazônica até Altamira e de lá seguiria pela PA-415 que termina poucos quilômetros depois de Altamira, o que implicaria na parte mais complexa do projeto que consiste na implantação de uma rodovia ligando a PA-415 até a BR-156 em Laranjal do Jarí (AP), passando por Almerim. Já está em construção a Ponte em Laranjal do Jarí ligando Amapá e Pará que se encontra com as obras paralisadas além do projeto de pavimentação do trecho sul da BR-156 ligando Macapá a Laranjal do Jarí. As maiores vantagens desse projeto é que a maior parte dos 1.500 km entre Belém e Macapá já contam com rodovias implantadas, porém as maiores implicações consistem que a maior parte delas ainda não é pavimentada e o trecho de 450 km de rodovias que teriam que terão que ser abertos para ligar Laranjal do Jarí (AP) até Altamira (PA).

Referências:

4 comentários:

  1. Isso nunca sairá do papel, que interesse tem nisso essa classe política formada por cleptomaníacos e compradores de votos? O isolamento do Amapá do resto do mundo interessa tanto às famílias Sarney, e seu pupilo Góes, quanto a família Capiberibe. Orçamentos faraônicos para obras miseráveis, vocês acham que Sarneys e Capiberibes vão querer largar essa vida boa? Um judiciário conivente com essa classe bandido-partidária, que também adora o isolamento, pois os togados se vendem como deuses aqui. Em qualquer lugar com mais opções seriam tido com rídiculos, aqui são destaques sociais incontestes graças ao isolamente.

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  2. O sentimento de um amapaense que toma conhecimento desse descaso com a necessidade de integração nacional é de total revolta com a classe política que impera nesse Estado tão rico e tão desvalorizado! Conivência do Judiciário e corrupção institucionalizada dos 3 poderes só fomentam a desgraça dos cidadãos amapaenses!

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  3. Infelizmente falta o Cidadão Brasileiro ter coragem e acreditar que O PODER EMANA DO POVO escrito na nossa CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
    É ir para as Ruas NÃO MAIS AOS DOMINGOS e mostrarmos toda a nossa Indignação.

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  4. sou um amapaense que moro em SC,queria muito vereste projeto realizado;este da ligação da PA 415 à AP 156.isso integraria definitivamente o Amapá do isolamento e seria uma viagem formidável do sul ao norte do Brasil por rodovia.

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