sábado, 17 de dezembro de 2016

A Macapá que deveria ter sido e não foi – A outra Floriano


Ao longo do tempo diversos projetos arquitetônicos ou de intervenções urbanas foram pensadas para Macapá, entretanto muitos não saíram do papel, projetos estes de cunho turístico, paisagístico, de planejamento urbano, econômico e regional, que se fossem todos implementados teriam resultado em uma outra cidade, muito diferente da atual, uma Macapá que poderia ter sido e não foi.
Projeto Parque do Laguinho - (Imagem: Plano H.J. Cole 1979) 

Neste momento de reinauguração da Praça Floriano Peixoto, considerada por muitos a praça mais bonita da capital, seria oportuno falar, de um projeto em particular, um dos vários idealizados para a cidade que nunca saíram do papel, falo do Parque do Laguinho, concebido junto com vários outros projetos que englobavam o Plano H.J Cole de 1979, encomendado pelo então governo do Território Federal do Amapá. O projeto do Parque do Laguinho abrangeria uma área de 76.000 m², ou seja, três vezes maior do que a Floriano Peixoto com seus 21.000 m², e ficaria entre as avenidas Enertino Borges e Nações Unidas e as ruas General Rondon e São José, no coração do bairro do Laguinho. O projeto, avançadíssimo para a época, além de priorizar o pedestre contaria com: Anfiteatro natural, parquinho infantil, lojas, restaurante, mini zoológico, pista de skate, museu ecológico, área de exposições itinerantes, cine drive-in, boite regatão, além de estacionamentos e setor administrativo, tendo um imenso lago de 20.000 m² como ponto central do parque.
 
Localização atual (Imagem: Google Earth)
Lago do Laguinho entre os anos 60 ou 70
(Imagem: Blog Porta Retrato Ap)



Na época da elaboração do projeto nos anos 70, o lago tinha seu entorno pouco povoado, entretanto entre os anos 80 e 90, período de grandes transformações urbanas em Macapá, onde a população da cidade disparou com a chegada de milhares de pessoas de todo o Brasil, e onde por outro lado, o poder público não desenvolveu nenhuma política habitacional para acomodar todo esse contingente que chegava, fez com que o lago fosse rapidamente ocupado e parcialmente aterrado, encontrando-se hoje densamente habitado, o que fez parte do mesmo contexto de ocupação das áreas ressacas, resultando no completo esquecimento do projeto, mais um, dos vários que eram para ter sido e não foram, de uma Macapá que poderia ter sido e não foi.