terça-feira, 29 de maio de 2012

Processo de verticalização em Macapá?



Verticalização é um processo urbanístico que ocorre em metrópoles e consiste na construção de grandes e inúmeros edifícios – o que acaba, inevitavelmente, dificultando a circulação de ar, devido à diminuição do espaço físico plano para construção. Ademais, é decorrente a formação de ilhas de calor nesses locais.

A verticalização urbana de acordo com Maria Adélia de Souza (1994, p. 129) constitui-se de uma “especificidade da urbanização brasileira”, pois “em nenhum outro lugar do mundo o fenômeno se apresenta como no Brasil, com o mesmo ritmo e com a mesma destinação prioritária para a habitação”. Dessa forma, a verticalização aparece como uma das principais modalidades de apropriação do espaço urbano nas grandes cidades do mundo e também no Brasil (...) gerando sentimentos de satisfação.¹

Skyline de Macapá em Formação
Se basearmos pelo conceito de Maria Adélia , ainda seria muito cedo afirmar que Macapá passa por um processo e muito menos um fenômeno de verticalização urbana. Para a maioria dos autores verticalização é um fenômeno característico de metrópoles e grandes cidades e Macapá ainda é uma cidade média, mas que está iniciando uma transição para ser cidade grande, no entanto, com infraestrutura de cidade pequena e sua região metropolitana que existe de direito e não de fato, inclui somente um município (Santana) que ainda não foi conurbado.

Mendes (1992 p. 32) define a verticalização como o “processo intensivo de reprodução do solo urbano, oriundo de sua produção e apropriação de diferentes formas de capital, aliado às inovações tecnológicas, alterando a paisagem urbana”. O autor fala de processo intensivo, o seja, o solo urbano (escolhido de forma seletiva) possui a capacidade de receber edifícios de forma acelerada a partir dos ditames do grande capital. ¹

Av. Almirante Barroso
O município de Macapá detém somente 4% de redes de esgoto segundo os últimos dados do IBGE, além de ter em média um ou dois lançamentos imobiliários por ano, muito atrás de cidades vizinhas como Belém e Manaus onde ocorrem em média mais de três lançamentos imobiliários a cada mês, logo baseado na definição de Mendes, Macapá não possui capacidade de receber edifícios de forma acelerada, entretanto, os poucos edifícios existentes já tem alterado a paisagem urbana da cidade.


O Estado se configura como um dos principais produtores, transformadores e modeladores do espaço urbano capitalista, sendo de suma importância abordá-lo, juntamente ao Capital, como categorias de análise, para melhor compreensão do processo de produção das cidades. Em primeiro lugar, verifica-se que o Estado detém o instrumento de regulação das Leis, onde, é comandado pela elite possuidora do poder político ou econômico, ou de ambas, a qual direciona o Plano Diretor – Lei de Uso do Solo, dentre outras leis -, para benefício próprio ou para terceiros em trocas de favores; e entre essa elite estão agentes privados que usam de seu poder para burlar ou modificar a legislação

A verticalização urbana é um processo comum e decorrente nas grandes cidades brasileiras, e que de certo modo pode também contribuir para a racionalização do uso do solo urbano, nem sempre verticalização urbana significa perda da qualidade de vida, algumas cidades como Niterói e Santos, por exemplo, são bastante verticalizadas e possuem o terceiro e o quinto melhor IDH (índice de Desenvolvimento Humano) entre os municípios do Brasil, enquanto que o município de Macapá não está nem entre os quatrocentos melhores colocado, e entre as capitais está em vigésima quarta entre as vinte sete capitais.

Rua Manoel Eudóxio Pereira
Cidades verticais geralmente são cidades mais eficientes que cidades horizontais, já que as redes de esgoto, linhas de ônibus, bem como outros serviços, servem a mais pessoas, em um menor espaço de tempo e com mais eficiência. Um exemplo: uma  rede de esgoto, ao invés dela abastecer 10 lotes com 10 famílias em cada lote, em uma cidade horizontal, essa mesma rede pode abastecer 10 lotes e mais de 200 famílias em uma cidade vertical. Logo a verticalização urbana não é nem um problema e nem uma solução, ela é um processo e como todo processo ele deve ser regulado por instrumentos legais para que não se torne um problema de fato.

Macapá tem um déficit habitacional gigantesco, sofre com especulação imobiliária, tem problemas de regularização fundiária, mesmo na zona urbana, e um grande problema de saneamento básico, que por conta dos recentes edifícios que estão sendo construídos, estão sofrendo uma pressão por parte da população e do grande capital para que esses problemas sejam resolvidos, com exceção da especulação imobiliária que só tem piorado, de qualquer forma, as chegadas destes empreendimentos pressionam para a instalação de uma infraestrutura, que até então não se pensava e que a cidade tem que está preparada para quando a verticalização urbana de fato começar em Macapá.

Referências:

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Capitais planejadas do Brasil


A principal diferença entre Cidades Planejadas (ou Artificiais) e Cidades Naturais (ou espontâneas), consiste na ideia de que as cidades naturais, que são a imensa maioria das cidades, cresceram de forma espontânea, sem a elaboração de um projeto pré estabelecido, em geral são cidades com traçados mais irregulares ou/e estabelecidas em sítios geográficos mais acidentados, já as cidades planejadas partiram de algum projeto pré-definido, em geral construídas a partir de áreas onde antes, não existia nenhum núcleo urbano significativo, foram idealizadas segundo uma alguma teoria norteadora, em síntese as cidades planejadas surgem para tentar corrigir os problemas encontrados nas cidades naturais, sendo estas soluções parte de uma visão de urbanidade e civilização tidos como  modelos por parte das diversas teorias urbanas que surgiram e desapareceram ao longo do tempo. Abaixo a lista das capitais planejadas do Brasil ao longo dos séculos:

SECULO XVI

Salvador, 1549


Núcleo urbano de Salvador, 1551
Fonte: http://historiademestre.blogspot.com.br/
2013_03_01_archive.html
No Brasil pode ser considerada como a primeira capital projetada do país a cidade de Salvador, projetada  pelo mestre de Obras Luis Dias, desde o inicio foi projetada para ser a primeira capital do Brasil e do recém criado governo geral do Brasil em 1549, já pensada com uma função administrativa e militar para ser o braço colonial do Império Português no novo mundo e posto que manteria pelos 200 anos seguintes.





SECULO XVIII

Macapá, 1758


Planta Urbana de Macapá, 1758
Fonte: http://www.joaosecocarmona.com/
2015/08/o-tracado-urbano-das-cidades-coloniais.html
Macapá é um caso atípico, inicialmente idealizada como uma pequena vila regional, parte do projeto pombalino de colonização da Amazônia, somente cem anos depois seria elevada ao status de cidade, e apenas nos anos 1940 seria elevada a condição de capital, primeiro do extinto Território Federal do Amapá e por fim chegando a capital estadual no início dos anos 90 com a elevação do Amapá a estado. O núcleo original com duas praça ainda se mantem, e seu traçado ortogonal serve de parâmetro para o planejamento da cidade até os dias atuais. 





SECULO XIX

Teresina, 1852



Planta de Teresina, 1852
Fonte: http://www.joaosecocarmona.com/
2015/08/o-tracado-urbano-das-cidades-coloniais.html
Planejada em pleno período imperial, Teresina seria a segunda cidade brasileira projetada prioritariamente para ser uma sede administrativa, ela foi desenhada por José Antônio Saraiva e João Isidoro França, e recebeu esse nome por conta da imperatriz Teresa Cristina que inverteu junto ao imperador D. Pedro II para que houvesse a mudança da capital da província de Oeiras para Teresina. Seu desenho não apresenta grande ruptura com a tradição colonial portuguesa do traçado ortogonal xadrez, os edifícios administrativos e religiosos ao centro.










Aracaju, 1855


Planta Urbana de Aracaju, 1855
Fonte: http://www.joaosecocarmona.com/
2015/08/o-tracado-urbano-das-cidades-coloniais.html
Logo após Teresina, em 1855, Sergipe mudou sua capital de São Cristóvão para Aracaju que foi projetada e construída para ser a nova capital da província, e Aracaju também foi planejada  com traçado ortogonal em estilo xadrez pelo engenheiro Sebastião José Basílio Pirro, que mesmo encontrando enormes dificuldades graças ao solo pantanoso conseguiu erguer a cidade que prosperou rapidamente e contribuindo graças a sua localização para escoar a produção agrícola de Sergipe.







Belo Horizonte, 1897
Planta de Belo Horizonte, 1897
Fonte: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Planta_BH.jpg
Em 1897 Ouro Preto deixava de ser capital de Minas Gerais e Belo Horizonte foi inaugurada para ser a nova capital do Estado, a primeira da recém fundada república, projetada por Aarão Reis recebeu fortes influencias de Georges Eugéne Haussmann, o controverso prefeito de Paris nomeado por Napoleão III, que também ficou conhecido como “O artista demolidor”. O projeto teve forte inspiração parisiense-haussmaniana, o que deu a Belo Horizonte características modernas para sua época como: , Grandes bulevares circulantes e preocupação de dividir a cidade em zona urbana central, zona suburbana e zona rural.




SECULO XX

Goiânia, 1935
Plano piloto de Goiânia 1932
Durante quase dois séculos os governos goianos ambicionavam a mudança da capital de Goiás da antiga Cidade de Goiás, até que em 1935 era inaugurada Goiânia, graças aos trabalhos do interventor de Goiás Pedro Ludovico e projetada pelo urbanista Atíllio Corrêa Lima. O plano piloto de Goiânia foi fortemente influenciado pelo modelo de cidade jardim proposto por Ebenezer Howard, onde foram planejados grandes parques e áreas verdes, o que lhe conferiu o maior percentual de áreas verdes por habitantes do Brasil, a cidade também detém uma das melhores IDH do país e um grande patrimônio arquitetônico do estilo Art Déco.





Brasília, 1960
Plano Piloto de Brasília, 1957
Fonte: https://petdirunb.wordpress.com/2012/04/
Desde o período colonial já se tinha planos para interiorizar a capital do Brasil, o 1º ministro português Marques de Pombal foi o primeiro a sugerir a construção da “Nova Lisboa” no planalto central em 1761, após a independência o 1º ministro do império José Bonifácio foi o primeiro a nomear a futura capital de Brasília em 1823, a idéia nunca foi institucionalizada até a primeira constituição republicana em 1891, que determinada a demarcação de uma área no planalto central, para a construção da futura capital, e foi lançada uma expedição chamada missão Cruls em 1893 que estudou a topografia, a fauna e a flora do atual Distrito Federal e nomearam a futura capital de Vera Cruz. Depois de séculos de idealizações e décadas de estudos e especulações o então candidato a presidência, Juscelino Kubistchek após ser indagado por um eleitor, no interior de Goiás, se iria respeitar a constituição e interiorizar a capital federal, decide tornar Brasília a meta síntese do seu audacioso e até hoje controverso Plano de Metas. Após um concurso para escolha do projeto, o plano piloto do arquiteto e urbanista Lúcio Costa é aprovado, com fortes influências de Le Corbusier e inspirado na carta de Atenas, tendo Oscar Niemeyer sido encarregado do projeto dos prédios públicos deram inicio a maior epopéia brasileira de todos os tempos. Lucio Costa criou um plano piloto que faz referência a Cruz e que popularmente lembra um avião.

Tenho a impressão de que estou desembarcando em um planeta diferente, não na Terra” 
(Cosmonauta Yuri Gagarin ao visitar Brasília em 1961)

Palmas, 1990



Plano Diretor de Palmas, 1989
Fonte: http://edisoneloy.blogspot.com.br/
2014/11/projetos-urbanos-em-palmas-tocantins.html
A mais nova capital do Brasil e a última projetada no século XX, é o resultado da criação do Estado do Tocantins. Palmas foi projetada pelos arquitetos Luiz Fernando Cruvinel Teixeira e Walfredo Antunes de Oliveira Filho, a cidade também teve forte inspiração em Le Corbusier e foi construída de modo muito semelhante a Brasília, privilegiando o automóvel em detrimento do pedestre, e assim como Brasília também teve o aparecimento de uma cidade satélite fora do plano diretor, atualmente a cidade detém o melhor índice de Desenvolvimento Humano da Região Norte, e convive com grandes vazios urbanos e um visível desadensamento, pois seu plano inicial previa mais de 1 milhão de habitantes, e até os dias de hoje a cidade ainda não alcançou os 300 mil.












Referências:







domingo, 20 de maio de 2012

Das cidades jardins a segregação urbana



As cidades jardins são um modelo de cidade idealizado por Ebenezer Howard, no final do século XIX, onde ele propôs uma comunidade autônoma cercada por um cinturão verde num meio-termo entre campo e cidade. A ideia era aproveitar as vantagens do campo eliminando as desvantagens da grande cidade.

Ebenezer Howard foi um notável urbanista e criou o diagrama dos três imãs, escreveu apenas um único livro em vida intitulado Garden Cities of Tomorrow, onde ele procurou expor sua teoria urbanística e ambientalista em uma época onde o mundo ainda estava na era do vapor e da queima de carvão. Howard notou já naquele tempo, que o processo de industrialização criava graves problemas ambientais e que agregado a isso o crescimento desfreado das cidades provocava pobreza, falta de moradia, de coleta de lixo, de rede de água e esgoto, ruas estreitas que impediam a circulação de ar e do sol, moradias amontoadas, poluição e falta de espaços para lazer, assim como uma degradação do ambiente urbano e dos recursos naturais. E que por conseqüência provocava a queda na qualidade de vida dos cidadãos. Howard ao contrário de vários outros teóricos decidiu empreender e colocar sua ideia em prática e em parceria com outros sócios e invetidores chegou a construir duas Cidades Jardim: Letchworth em 1903 e Welwyn em 1920.

Plano piloto de Letchworth
Plano piloto de Welwyn








A ideia de Howard era criar uma cidade autônoma, igualitária, cooperativista e onde os cidadãos teriam o máximo contanto com a natureza, e entre eles mesmos. Porém poucos na época entenderam realmente o conceito de cidade jardim criado por Howard, mas de qualquer maneira sua ideia se espalhou rapidamente e influenciou Walter Burley Griffin idealizador do projeto da capital australiana Canberra e Attilio Corrêa Lima no projeto de Goiânia. O conceito foi ainda empregado na criação de vários bairros na cidade de São Paulo pela Companhia City, inclusive o bairro que atualmente se chama Cidade Jardim.

Diagrama de Howard dos três ímãs
(Campo-Cidade- Meio termo Campo-cidade)

Com o tempo o conceito cidade jardim simplesmente foi reduzido a um bairro suburbano com áreas verdes e afastado do centro da cidade, o mercado imobiliário foi um dos grandes responsáveis por essa distorção, e com o passar do tempo e até os dias atuais o conceito de cidade jardim é utilizado por construtoras e urbanizadoras para lançamentos de condomínios fechados de alto padrão afastados do centro com arborização e áreas verdes que justificariam o nome Jardim. As grandes cidades brasileiras hoje vivem uma realidade muito semelhante das grandes cidades europeias que inspiraram Howard na época, cidades com problemas de poluição, transporte, falta de áreas verdes e de lazer e cercadas de um colossal problema social como favelas e moradias irregulares, e tal como foi naquela época o conceito de cidade jardim hoje baseia um pensamento comum das elites e emergente classe média brasileira de se proteger da grande cidade e se segregar voluntariamente e espacialmente da realidade que o cerca indo morar nos condomínios fechados, como se fosse uma "realidade paralela", uma vez que desde o estilo das casas como a do cotidiano nos moradores em muito lembram a realidade das classes médias de países desenvolvidos.

Disparidade entre a favela de
Paraisópolis e o bairro do Morumbi
(São Paulo - SP
Disparidade entre o condomínio
Lagoa Azul e os seus vizinhos
(Ananindeua-Pará)













Referências:




quinta-feira, 17 de maio de 2012

As exposições Universais e a Arquitetura



Em 1851 em Londres, sob o título "Grande Exposição dos Trabalhos da Indústria de Todas as Nações". A "Grande Exposição" ou Exposição Universal e ainda também chamada simplesmente de “Feira mundial” abria uma nova era no processo industrial e comercial do modo de produção capitalista. A primeira exposição universal foi aberta pela Rainha Vitória, mas quem supostamente teve a ideia foi seu marido o Príncipe Albert, essa não seria mais uma simples feira como a séculos ocorriam em vários lugares da Europa e do Mundo, mas esta seria a primeira feira moderna de exposição, para cada país mostrar o que de melhor a sua industria produzia. Na verdade era uma grande vitrine para a Inglaterra que a época era a maior potência econômica, industrial, comercial, colonial e militar do planeta mostrar ao mundo todo o seu poderio.


Primeira Exposição Universal - Londres 1851
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Crystal_Palace 


Rainha Vitória abre a cerimônia de inauguração
da primeira exposição Universal
Fonte: https://pt.wikipedia.org/
wiki/The_Crystal_Palace














As exposições universais servem desde sua primeira edição e até os dias de hoje para que os países exponham seus melhores produtos industrializados e manufaturados, e também abrange várias áreas de ciência e da tecnologia tais como as relações internacionais, a engenharia, a arquitetura, o designer, as artes e o turismo, e nos últimos anos tem servido também para os países mostrarem os avanços nas pesquisas na área da engenharia genética por exemplo. E mais precisamente na área de arquitetura e da engenharia o mundo foi surpreendido logo na sua primeira edição da Feira mundial de Londres de 1851, com a construção do Palácio de Cristal, uma construção revolucionária para época, toda feira de maneira pré-moldada em aço, vidro e madeira, esta belíssima construção não era apenas monumental e moderna, mas estava destinada a passar uma mensagem da Inglaterra como “a senhora do mundo” na época, e desde então as exposições universais servem como vitrines principalmente para os países sede mostrarem todo o seu poderio tecnológico e científico.
Visão externa do Palácio de Cristal
Fonte: http://lostbritain.org.es/pfitemfinder/the-crystal-palace/
Visão interna do Palácio de Cristal
Fonte: https://br.pinterest.com/
stefandevos/joseph-paxton/

















Outra importante exposição universal que deixou um grande legado arquitetônico foi a Feira Mundial de 1889 em Paris, no mesmo ano em que a república estava sendo implantada no Brasil, os franceses comemoravam o centenário de sua revolução francesa, e para isso estavam decididos a impressionar o mundo. Naquela época a França vivia o período áureo da “Belle Époque”, e foi então que o projeto do engenheiro Gustave Eiffel e sua torre treliça de ferro foi aprovado. A principio a Torre Eiffel gerou muita controvérsia entre os franceses, e originalmente era uma estrutura temporária e seria desmontada após a exposição, no entanto a torre impressionou tanto os visitantes e teve uma repercussão tão positiva no exterior que os franceses mudaram de ideia e ela não apenas ficou de pé como também se tornou um ícone mundial e mais um grande legado arquitetônico que uma exposição universal deixou.




Exposição Universal de Paris - 1889
Fonte: Wikipédia

Nem sempre as exposições universais deixam legados positivos para algumas cidades, mas, por exemplo, em uma das melhores exposições universais dos últimos anos a Exposição Universal de Lisboa em 1998 foi na verdade um portal para o século XXI, e teve como o tema: "Os oceanos: um patrimônio para o futuro" e foi realizado em Portugal um país que historicamente desbravou os oceanos (Um claro exemplo somos nós mesmo brasileiros, que herdamos de nossos colonizadores inúmeras referências inclusive o idioma) e até hoje é um país muito ligado ao mar. O mega-projeto da Expo98 foi um audacioso plano de intervenção urbana em uma área degrada de Lisboa, e deixou um legado até os dias de hoje para os portugueses como Parque das Nações, o Oceanário de Lisboa, o Pavilhão atlântico, Linhas e novas estações de metrô, Teleférico, Torre e Ponte Vasco da Gama.

Parque das nações e Ponte Vasco da Gama - Exposição Universal de Lisboa (1998)
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Lisbonne_Expo98_02.jpg

Quanto a participação brasileira tem o desconhecido caso do Padre Azevedo: “O comissariado brasileiro da Expo 1862 recusou a participação do protótipo da máquina de escrever do Padre Azevedo argumentando que o pavilhão já estava lotado de amostras de minérios e não cabia mais nada. O Brasil perdeu a primeira oportunidade de mostrar ao mundo um dos mais notáveis inventos nacionais.” E mais recentemente na última Exposição Universal de Xangai em 2010 o Brasil apresentou um belo, mas controverso projeto para o pavilhão brasileiro: “O arquiteto Marcel Tanaka um dos autores defendeu o projeto assim: “Por isso, desenvolvemos essa fachada, que será feita com pedaços sobrepostos de madeira reciclada e pintada de verde, que vão ser apoiadas em uma estrutura metálica. Tanto a cor, que representa a bandeira nacional, quanto às madeiras sobrepostas, que lembram os artesanatos em palha, são referências ao País.” Artesanato em palha é referência para quem? É com essa mentalidade que permanecemos com a tradição de exportadores de commodities para alimentar o crescimento espetacular da China.” Trechos retirados do site Vitruvius em Junho de 2010.


Projeto do pavilhão brasileiro na Expo Xangai 2010
Fonte: https://concursosdeprojeto.org/
2009/05/22/concurso-expo-xangai-2010-br/
Pavilhão brasileiro na Expo Xangai 2010
Fonte: https://arcoweb.com.br

De modo geral as exposições universais, inicialmente feitas para expor produtos industriais, agora como tudo no mundo contemporâneo está mais abrangente e dinâmico e mesmo hoje tendo várias feiras especificas e com o advento da revolução nas comunicações (Principalmente a internet) e dos meios de transporte, as feiras mundiais perderam muito de sua importância de outrora, entretanto permanece como até hoje como a mais tradicional e importante vitrine do mundo moderno para conhecer suas modernidades, e a arquitetura também está inserida neste contexto com os inúmeros legados arquitetônicos e urbanísticos que as exposições Universais têm deixado. Infelizmente até hoje o Brasil ainda não recebeu nenhuma Feira Mundial, mas com a recente emergência do Brasil como uma potência mundial, isso não está tão longe de acontecer, mas temos que nos preparar e pensar não somente na aparência (Arquitetura), mas também na sua essência (Produtos, tecnologias e pesquisas) para mostrarmos ao mundo um país não somente belo, mas também competitivo e eficiente digno de ter seu lugar entre as maiores nações do planeta.



Referências:

Amapá Garden Shopping



Em breve o Amapá ganhará seu primeiro grande centro de compras, segundo notas oficiais em 16 de Julho de 2013 (A data de inauguração já foi adiada diversas vezes) e junto com ele chegarão também novas marcas, serviços, produtos e sobretudo novos costumes, pois até então a população dispunha somente do tradicional comércio de rua para fazer suas compras.
Entrada para Rodovia Juscelino Kubistchek

Sua área de abrangência e localização é estratégica, além de está às margens da Rodovia Juscelino Kubitschek  via que conecta as duas maiores cidades do Estado (Macapá e Santana), encontra-se bem no meio da Região Metropolitana de Macapá que se encontra em processo de cornubação com Santana justamente pela Rodovia JK, e sua área de abrangência não se limita a Macapá e Santana, mas estende-se ao interior do estado, já que frequentemente os habitantes do interior vem a capital para fazer compras, abrange também os habitantes dos municípios vizinhos do Pará que frequentemente vem a Macapá, e por fim os consumidores da Guiana Francesa, departamento ultramarino da França, onde seus habitantes frequentemente também visitam Macapá, e a tendência é crescer ainda mais com a Inauguração da Ponte Binacional. Totalizando um mercado consumidor potencial de mais de 900 mil pessoas.

Praça de alimentação












A chegada de um shopping center em uma cidade contemporânea é algo fundamental de ser analisado, afinal, para o senso comum atual, uma cidade sem shopping center é tida como uma cidade "incompleta", como se faltasse algo, um "vazio" que tem que ser preenchido e que todas as cidades tem a esperança de um dia preencher. E seu significado é muito claro, pois ele reuni todas as praticidades e marcas modernas, e atrai um fluxo constante de consumidores através de pesadas campanhas de marketing, ao mesmo tempo que força o comercio de rua a competir com ele, muitas vezes sem sucesso para o comercio tradicional. É notável também analisarmos que um shopping center funciona como uma cidade, sendo a administração sua prefeitura, o pessoal da faxina os garis, os seguranças sendo a policia e os alugueis os impostos. Ou seja podemos perceber que o shopping center funciona como uma pequena "cidade artificial" que segrega naturalmente pelo consumo, pois quem não tem poder de compras os bens e serviços, dificilmente o frequentará. Também é importante notarmos que o shopping center, sobre tudo nas grandes cidades, tornou-se uma fuga da realidade urbana, muitas vezes caótica que o rodeia.

O Projeto do Shopping
Será um shopping horizontal com 3 pisos, tendo basicamente um piso principal, contará com mais de 46 mil m² de Área Bruta Locável, contará também com:
1 Hipermercado
1 Parque infantil
5 Lojas Âncoras
7 Lojas de Serviços
8 Salas de cinema todas
9 Mega-Lojas
14 Restaurantes e Fast Foods 
139 Lojas Satélites
1000 lugares na praça de alimentação
1711 vagas de estacionamento
2100 Empregos diretos
3000 Empregos Indiretos
Planta baixa do primeiro piso ( Hipermercado e lojas de serviço)

Planta Baixa do segundo piso (Âncoras, Megalojas lojas e praça de alimentação)
Planta Baixa do terceiro piso (Salas de cinema e parque infantil)
Site oficial:
http://www.amapagardenshopping.com.br/site/
Site oficial da Rede Oriente cinemas e da Rede Cinépolis, ambas colocam o Amapá Garden como próximas inaugurações, entretanto o site oficial do Shopping divulga apenas a rede Oriente:
http://www.orientcinemas.com.br/institucional/noticia.php?cod=53
http://www.cinepolis.com.br/institucional/proximas.php
Site oficial: Grupo Nepos gerenciadora de estacionamentos:
http://www.nepos.com.br/Default.asp?s=clientes