Vila de São José de Macapá, Início do século XX Fonte: Álbum de Fotos do Pará 1908, Blog Porta Retrato. |
O primeiro nome dado as terras que hoje corresponde ao atual estado do Amapá foi Adelantado de Nueva Andaluzia e 1544 pelos espanhóis a quem as terras pertenciam inicialmente por conta do Tratado de Tordesilhas de 1494. Somente em 1750 com o Tratado de Madri as terras do atual Amapá passam a integrar o Império Português. O nome Macapá aparece posteriormente e vem de uma variação da palavra tupi “macapaba” que significa, lugar de muitas bacabas, uma palmeira típica da região. Em 4 de Fevereiro de 1758 o então governador da Capitania do Grão-Pará Francisco Xavier de Mendonça Furtado funda a Vila de São José de Macapá, em 5 de Março de 1761 é inaugurada a Igreja de São José de Macapá, e visando a defesa desta região da Amazônia e da foz do Rio Amazonas o governo português através do primeiro Ministro de Portugal o Marques de Pombal autoriza em 1764 a construção da Fortaleza de São José de Macapá, e mesmo tendo sido inaugurada incompleta em 19 de Março de 1782, ainda hoje continua sendo a maior fortificação colonial da América Portuguesa. Fundada no século XVIII Macapá refletia até a criação do Território Federal do Amapá a típica arquitetura e urbanismo colonial português, e muito pouco mudou na então Vila de Macapá na passagem do Período Colonial para o Período Imperial, em 6 de Setembro de 1856 é elevada a condição de cidade, ou seja, um município da então província do Grão-Pará. Na passagem do período imperial para o período republicano de imediato novamente não houve grandes mudanças em Macapá, exceto pela a construção do prédio da Intendência de Macapá em 1895, uma construção neo-clássica que tornou-se marco histórico da cidade.
Praça Matriz: Foto de 1908
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Casarões de Macapá: Foto de 1908 |
Em 13 de Setembro de 1943 o então Presidente Getúlio Vargas assina o Decreto-Lei nº 5.812 criando o então Território Federal do Amapá, e Macapá com apenas 4.192 habitantes torna-se capital da nova unidade federativa. Janary Gentil Nunes é nomeado o primeiro governador do território, e com o propósito de modernização e tendo como lema “Integrar e Sanear” inicia-se uma fase de grandes mudanças radicais no processo de urbanização e da cidade. Muito pouco se sabe especificamente sobre a arquitetura e o urbanismo de Macapá no período pré-territorial, o pouco de informações que sobreviveram e chegaram ao nosso tempo nos vem principalmente através de fotografias raras e relatos dos mais antigos, isso ocorre por conta do processo de “modernização” que a cidade passou após a instalação do Território Federal do Amapá, este processo consistia na abertura de novas vias largas e construção de edifícios modernos em detrimento das antigas casas e casarões do antigo centro histórico de Macapá, inteiramente destruído pela falta de leis e de órgãos de proteção do patrimônio histórico na época.
Igreja de S. José: Foto de 1940 |
Casarão da Praça Matriz
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O resultado dessa política de modernização é visto atualmente em Macapá onde a cidade apesar de ter 254 anos possui poucos vestígios de seu passado exceto pelas três únicas edificações sobreviventes a Fortaleza de São José de Macapá, a Igreja de São José e o Prédio da Intendência de Macapá, edificações estas que sobreviveram graças a suas atribuições militar, religiosa e administrativa respectivamente. Hoje Macapá uma capital com 407.023 habitantes e com uma região metropolitana com mais de meio milhão de habitantes tornou-se uma cidade moderna, mas sem memória daquela Macapá de outrora.
Antigo Grupo Escolar de Macapá: Foto de 1946 |
Fórum de Macapá: Foto de 1916 |
Prelazia de Macapá: Foto de 1913 |
Fortaleza de São José de Macapá (Acima: Fotos dos anos 40 Abaixo: Foto de 2006) |
Igreja de São José de Macapá (Acima: Foto dos anos 20 Abaixo: Foto de 2012) |
Prédio da Antiga Intendência de Macapá Hoje Museu Histórico Joaquim Caetano da Silva (Acima: Foto de 1949 Abaixo: Foto de 2012) |
Referências:
Harife gostei muito do post, infelizmente a mémoria da antiga Macapá realmente foi abalada pela era Janary Nunes, hoje sinto falta do euforismo cívico entre os macapaenses, muitos preferem mudar-se para outras capitais do que ficar e tentar melhorar a cidade, poucos são os que falam com amor da cidade, por pior que seja o passado acredito que é no presente que Macapá reconstruirá sua história, pois apesar de tudo mesmo no passado encontraremos bons motivos para investigar e recontar essa História.
ResponderExcluirGostei do post também Harife...tenho muitas fotos antigas de Macapá...e é visível o quanto está cidade mudou...
ResponderExcluirVocê ainda possui essas fotos?
ExcluirVerdades 😳😳
ExcluirHarife, amei seu blog, escreva mais.. beijos.
ResponderExcluirNossa que assunto interessante
ResponderExcluirSe eu pudesse criar um desses assuntos eu escolheria arquiteturas colonial😅😡😇😇
Gente não tô conseguindo abaixar essas imagens aí 😨😨😨
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