Brasil e França têm longas ligações
históricas, que vão desde o inicio da colonização, quando nos séculos XVI e XVII tentou fundar a "França Antártica" (Que deu origem ao Rio de Janeiro) e a "França Equinocial" (Que originou São Luís) respectivamente, passando pela a Inconfidência Mineira no século XVIII, influenciada pelo iluminismo francês, pela fundação da nossa primeira academia de belas artes no período joanino no inicio do século XIX e pela reurbanização de diversas capitais brasileiras, tais como Belém, Manaus, Rio de Janeiro e Recife, fortemente inspiradas pelo urbanismo e estilo de vida parisiense do período que ficou conhecido como "Belle Époque", nos fins do século XIX e inicio do século XX.
Porém, se as relações entre Brasil e França são historicamente e culturalmente bastante amistosas, o mesmo não pode se dizer da região onde estas duas nações fazem fronteira, isto é, a fronteira entre o Estado do Amapá (Brasil) e o Departamento Ultramarino da Guiana (França) ou simplesmente "Guiana Francesa". Região marcada por conflitos e disputas territoriais ao longo dos séculos, após a chegada da família real ao Brasil em 1808 D. João
VI determinou a invasão da Guiana
Francesa como retaliação a invasão de Portugal pela França Napoleônica, sendo devolvida a França só depois da queda de Napoleão. Décadas mais tarde no fim do século XIX seria a vez da França revidar, invadindo a área conhecida como "contestado", hoje norte do Amapá, sendo os franceses expulsos pela resistência liderada pelo comandante militar Veiga Cabral. Questão fronteiriça que só seria resolvida pela diplomacia em 1901 e a consolidação da fronteira como sendo o Rio Oiapoque.
Dados comparativos entre o Amapá e Guiana Francesa |
Ao longo do século XX as duas
regiões (Amapá e Guiana Francesa) cresceram de costas uma para outra, em 1943 em plena segunda guerra mundial a
então região norte do Estado do Grão-Pará foi transformada no Território Federal do Amapá, tendo
Macapá como capital, poucos anos depois em 1946
a então colônia francesa da Guiana foi transformada em Departamento ultramarino da França, tendo agora o mesmo status dos
demais departamentos franceses na Europa e seus habitantes passaram a ter os
mesmos direitos e deveres dos demais cidadãos franceses, e desde então o
território da Guiana Francesa passou a ser parte
integrante do território francês. No final do século XX começaram negociações entre Brasil e França para integrar os dois países e suas respectivas subdivisões Amapá e Guiana Francesa, na realidade trata-se de uma integração comercial
e econômica não apenas entre dois estados nacionais e sim entre o Mercosul e União
Européia, criaram-se diversos projetos de integração, tais como a Rodovia Transguianense e a Ponte Binacional atravessando o Rio Oiapoque.
Todavia, mesmo que as relações fronteiriças, tenham melhorado e aumentado significativamente a cooperação entre os dois lados, a situação ainda é tensa, é notório que a França (Européia) não cobra vistos para brasileiros viajarem a turismo ou estudo por exemplo, contudo esta regra não vale para o seu departamento na América do Sul, onde para chegar ao lado francês, os brasileiros precisam de visto para atravessar, além do pagamento de taxas e inspeções, isso quando a travessia é legal, pois há uma significativa população brasileira vivendo na Guiana de forma clandestina, onde por sua vez as autoridades e setores da sociedade guianense os associam a criminalidade, tráfico e prostituição. Do lado brasileiro os franceses (ou guianenses) costumam ser melhor recebidos, porém com certa desconfiança e o ensino da língua francesa não tem sido prioridade para os governantes amapaenses a muitos anos, que tem perdido espaço fortemente para o ensino do inglês e até mesmo do espanhol.
Referências:
http://www.webartigos.com/artigos/cabralzinho-como-um-baixinho-foragido-e-astuto-virou-heroi/128190/
http://www.historiabrasileira.com/brasil-colonia/invasao-da-guiana-francesa/
https://pt.wik ipedia.org/wiki/Ponte_Binacional_Franco-Brasileira
https://pt.wikipedia.org/wiki/Amap%C3%A1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guiana_Francesa
Referências:
http://www.webartigos.com/artigos/cabralzinho-como-um-baixinho-foragido-e-astuto-virou-heroi/128190/
http://www.historiabrasileira.com/brasil-colonia/invasao-da-guiana-francesa/
https://pt.wik ipedia.org/wiki/Ponte_Binacional_Franco-Brasileira
https://pt.wikipedia.org/wiki/Amap%C3%A1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guiana_Francesa
Muito interessante a explicação. Parabéns!
ResponderExcluirHarife, poderia atualizar os dados ? Gostariamos de publicar esse artigo no site da comunidade, podemos ?
ResponderExcluirExcelente contextualização e muito oportuna !
Abraços, aguardamos sua resposta: contato@comunidadebrasileiranafranca.com
a guiana francesa não passa um filho vagabundo q não produz nada para a mãe frança
ResponderExcluirser vcs analisar a tabela a cima o q falar ser a guiana françesa for um dia pais independente do q vai viver
ResponderExcluireu moro na guiana a mais ou menos a 23 anos
Num futuro (bem provável) a França pode ruir economicamente e simplesmente virar as costas para a Guiana e fazê-la se tornar uma "República Africana" das mais miseráveis...
ResponderExcluirMaterial muito interessante e muito bem escrito. No entanto, senti carência de algumas informações como fontes bibliográficas e origem e data dos dados comparativos entre o Brasil e a Guiana Francesa. São informações essenciais. No mais, ótimo texto.
ResponderExcluirAlex
mto bom
ResponderExcluir