terça-feira, 29 de março de 2011

Anomalia Urbana



A maioria das grandes metrópoles cresceu de forma desordenada, sem planejamento, sem projetar seu futuro, hoje vemos como resultado disso que as grandes cidades que nasceram como símbolos do progresso e da industrialização  e de qualidade de vida, estão se enrijecendo, ou seja, problemas como violência, trânsito, moradia estão tão sérios que mais parece que não tem mais solução. 


Não fugindo a regra das grandes metrópoles do Brasil, Belém está em um momento decisivo de sua “trajetória urbana” Nos últimos anos a cidade perdeu grandes oportunidades, e não realizou obras estruturantes, resultado, transporte público caótico e trânsito que estressa qualquer um, obras fundamentais como metrô e outras vias expressas nunca saíram do papel, obras turísticas como reforma da cidade velha e a orla de Belém também ainda estão no papel.


No que se refere à construção civil, outro grande problema, por falta de planejamento urbano  ou especulação fundiária, a cidade parou de crescer horizontalmente, com o término dos espaços na zona urbana da metrópole, Belém passou desde a última década a crescer para cima,  praticamente a cada semana ocorre pelo menos dois lançamentos imobiliários edifícios e mais edifícios são levantados, e estão migrando para outras áreas como o Eixo Augusto Montenegro e Br-316 .

Os edifícios estão enchendo a paisagem de Belém a região da Doca Boulevard tornou-se o metro quadrado mais caro de Belém, da Amazônia e o 5º mais caro do Brasil. A região tem habitantes majoritariamente de classe média alta e classe alta, apartamentos de um ou dois milhões não são raros de achar. Mas se os ricos esbanjam seus apartamentos luxuosos, a classe média baixa, beneficiada pelos programas do governo federal também adquirem seus primeiros apartamentos, ou seja, a construção civil atingiu quase todas as classes.

Contudo os edifícios em si não são um problema, o problema começa quando o poder público não Poe limites nem regras, o que é exatamente o que está acontecendo em Belém, à proliferação de edifícios é geral, e ainda tem outros agravantes além da falta de ventilação, ilha de calor, existe uma corrida silenciosa nas construtoras locais de construir “as maiores torres da Amazônia”, ou seja, edifícios em cada vez em maior número e cada vez maiores, mais altos.

Visto desse ângulo os edifícios tornaram-se uma anomalia urbana, é certo que cidades verticais têm menos problemas e são mais eficientes nos serviços públicos e privados que as cidades horizontais, no entanto, o poder público belenense precisa intervir para garantir um crescimento mais ordenado e com mais qualidade de vida não só nas áreas mais nobres como também e principalmente nas áreas mais pobres.

5 comentários:

  1. Gostei do Post. Muito esclarecedor. Parabéns.

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  2. Eu gosto de Belém verticalizada. É mais bonita

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    1. Eu também gosto, mais deve haver um melhor planejamento, e controle do poder publico junto a especulação imobiliária pois, o crescimento desenfreado de forma vertical forma zonas de calor. Vivemos isso aqui em São Paulo (deu-se prioridade aos prédios que ao verde) e agora a cidade paga o preço e fica correndo atrás do prejuízo.

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  3. Verticalização de forma desordenada nem sempre é sinônimo de desenvolvimento.

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