terça-feira, 30 de novembro de 2010

Macapá uma pequena grande cidade!



Macapá, uma cidade que em 2010 completou exatos 252 anos, para muitas cidades isso seria motivo de orgulho e muitas conquistas, certo? Bem em parte. Mesmo sendo uma cidade fundada há mais de dois séculos, Macapá possui poucas evidências de seu passado colonial, excerto pela maravilhosa Fortaleza de São José na foto á cima, cartão de visita da cidade e do estado do Amapá. Quando foi criado e Ex-Território Federal do Amapá, Macapá tinha um conjunto de casas coloniais com arquitetura do século XVIII, casas simples e mal conservadas sim, mas ainda sim, dignas de respeito por conta de seu tempo e de sua arquitetura colonial. O então primeiro governador do Amapá Janary Nunes, chegou a região com a missão de "civilizar". Destruindo casas colonias, para dar lugar as casas modernas do século vinte, acabando com as ruelas estreitas, típicas de cidades antigas e mal planejadas, para dar lugar as largas avenidas que conhecemos hoje, e interferindo na organização social, retirando todos os negros da frente da cidade e colocando-os no Bairro do Laguinho.Histórias muito conhecidas por todos os macapaenses.

No entanto todas essas intervenções urbanas e sociais provocadas pela criação do Território Federal do Amapá e a total remodelação de Macapá, geraram efeitos até os dias de hoje. O plano piloto original proposto para Macapá, que hoje se encontra no Museu Joaquim Caetano da Silva, jamais foi colocado em prática, todos os governos do então T.F. Amapá sem exceção foram marcados por muitas práticas muito comuns no meio politico até os dias de hoje, Corrupção, Nepotismo, Superfaturamentos ou simplesmente falta de interesse pelas questões mais básicas de uma cidade como por exemplo no saneamento básico. Passados quase 70 anos de criação do Amapá e de Macapá como Capital de uma unidade da Federação, em 2010 nos deparamos com seríssimos problemas, urbanos, sociais e por que não dizer também culturais, gerados por uma simples canetada de Getúlio Vargas em 1943. Macapá hoje começa seu processo de verticalização, porém essa verticalização, inevitável no processo de evolução de todas as cidades, esbarra em algúns problemas: Falta de rede de esgoto que dê suporte, falta de energia energia elétrica, entre outros.

Macapá tem outro problema sério o deficit habitacional, metade da população não tem casa própria, uma parte desse contingente mora nas ressacas (Áreas alagadas) em condições sub-humanas, e a outra sofre trabalhando para pagar aluguel, que não é barato na cidade, sustentando a boa vida dos donos de casas. Programas habitacionais são quase inexistentes, financiamentos pela Caixa Econômica Federal são raríssimos, pouquíssimas casas atendem as exigências da caixa, por diversos fatores (Legalização do terreno, projeto arquitetônico e hidráulico etc.).Os edifícios e recentes lançamentos imobiliários são parceiros da caixa, e atendem todas as suas exigências, logo fica mais fácil para milhares de famílias financiar um apartamento, querendo ou não esses empreendimentos forçarão o poder público a investir no saneamento básico coisa que não fez de maneira séria dos últimos 70 anos.

Acredito que deva haver um acordo entre população, poder público e claro a iniciativa privada para promover o desenvolvimento, não só do setor habitacional mas principalmente do saneamento básico, fundamental para a qualidade de vida de toda a população. E isso não se aplica somente a Macapá, e sim a todas as cidades do Brasil.

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