domingo, 31 de março de 2019

10 PROJETOS NÃO EXECUTADOS PELO REGIME MILITAR NO AMAPÁ



Ao longo das décadas vários projetos foram elaborados ou idealizados para Macapá e para o estado do Amapá, então território federal, oficialmente dependente da união. E foi justamente durante este período territorial, em especial nos anos de 1970, no auge da ditadura militar brasileira, que mais se elaboraram projetos que nunca saíram do papel no Amapá, projetos que se tivessem sido implantados teria resultado em uma Macapá bem diferente do que conhecemos, abaixo uma relação dos principais projetos jamais executados:

Museu Industrial do Amapá - 1971
Imagem: Acervo FAU-USP
Pouco se sabe deste projeto do renomado arquiteto paulista Vilanova Artigas que durante os anos 70 elaborou diversos projetos para Macapá, o que se sabe é que este museu seria dedicado a expor a atividade industrial amapaense, então “terra do manganês”, o local onde seria construído nunca ficou muito claro, porém especula-se que fosse ao entorno do marco zero.

Divisão de Guarda e Segurança – 1972
Imagem: Acervo FAU-USP

Outro excelente projeto de Vilanova Artigas, também não executado, foi o prédio da divisão de guarda do território, seria um prédio de linhas modernas, lembraria o prédio da atual Secretaria de Infraestrutura – SEINF (Também projetada por Artigas em 1970), entretanto seria bem mais imponente e bem localizado, seria construído na esquina da antiga Avenida Amazonas (atual R. Azarias Neto) de esquina com a Av. Padre Júlio.


Complexo do Estádio Zerão – 1972
Imagem: Acervo FAU-USP
Sem dúvidas o maior projeto de Artigas para o Amapá, englobaria toda a área do atual Estádio Zerão (inaugurado incompleto somente em 1990), do atual monumento Marco Zero (inaugurado em meados dos anos 80), e a área onde hoje está o sambódromo e entorno. Seria um grande parque esportivo tendo o estádio como centro, rodeado de outros equipamentos como quadras de tênis entre outros.

Parque Beira Rio – 1973
Imagem: Plano fundação João Pinheiro
Macapá teve que esperar até os anos 2000 para ter seu primeiro parque público, o parque do forte, o que poucos sabem é que muitas décadas antes a capital amapaense já deveria ter um grande espaço público de lazer, o Parque Beira Rio que fazia parte de uma série de projetos do Plano Diretor Urbano elaborado pela Fundação João Pinheiro em 1973, plano este também não implementado.


Rodovia de Interligação Nº 3 – 1973
Imagem: Plano fundação João Pinheiro
Ainda no plano João Pinheiro estava prevista uma terceira rodovia ligando Macapá e Santana (então distrito de Macapá), além das já existentes Juscelino Kubistchek e Duca Serra, partiria do bairro do Congós e sairia direto onde hoje está localizado o distrito industrial em Santana, cortando enormes trechos da lagoa dos índios, além destas teriam outras rodovias interligando a Fazendinha ao que hoje é o bairro Marabaixo e outra ligando a Vila Amazonas ao distrito do Coração.

Parque do Marco Zero – 1979
Imagem: Plano H.J. Cole
Parte do Plano diretor H.J. Cole de 1979, um dos, se não o melhor plano diretor de Macapá até os dias atuais, continha vários projetos detalhados, quase todos não executados. O parque do Marco Zero ficaria no encontro da linha do equador com o rio Amazonas, onde hoje é o bairro do Araxá e a orla do Aturiá, foi pensado para ser uma “área nobre”, tendo um iate clube, quadras de tênis, campos de futebol, um observatório astronômico, relógio de sol e um museu de arte. Realidade bem diferente do que encontramos hoje na região.

Projeto Buritizal – 1979
Imagem: Plano H.J. Cole
Ainda fazendo parte do Plano H.J. Cole, o projeto original do bairro do Buritizal, levava em conta a topografia do terreno, implantando seu arruamento quase de forma orgânica, e respeitando as áreas de ressacas e suas margens, teria área para comércio, áreas institucionais e setores para famílias de renda baixa, média e alta, seria executado de forma gradual em três fases, nenhuma entretanto saiu do papel.

Parque do Laguinho -1979
Imagem: Plano H.J. Cole
Este parque seria localizado na Rua São José, entre Av. Enertino Borges e Av. Nações Unidas (atual José Tupinambá), um projeto avançadíssimo para a época com uma série de equipamentos de lazer e três vezes maior do que a atual praça Floriano Peixoto. Se quiser saber mais sobre este projeto leia este texto já escrito sobre ele aqui no blog (link A outra Floriano )

Orla Ribeirinha e Parque Beira Rio – 1979
Imagem: Plano H.J. Cole
Ainda dentro dos projetos do Plano H.J. Cole, tivemos outro projeto de um parque na área da atual Beira rio e Parque do Forte, este, entretanto ia além, pois previa um porto e uma orla de comércio ribeirinho, para o comércio dos mais diversos produtos que até hoje abastecem a capital amapaense, tais como açaí, madeira, camarão, farinha, palmito entre outros. É uma concepção ainda hoje bastante moderna de urbanizar as regiões de orla, sem eliminar as atividades econômicas existentes.  

BR 210 Perimetral Norte – 1977
Imagem: G1/Globo
Esta foi uma rodovia “irmã” da Transamazônica, começou sem projeto, sem planejamento e foi interrompida sem ser concluída e sem pavimentação. Esta foi a Rodovia Perimetral Norte, idealizada para defesa da fronteira norte brasileira, começou a ser construída em 1973 aproveitando 103 quilômetros previamente construídos pelo projeto ICOMI, as obras foram suspensas após invadirem terras indígenas dos Waiãpis o que terminou em conflito, depois de quatro anos de trabalho e apenas 68 quilômetros abertos sem pavimentação na maior parte do seu trecho o projeto foi definitivamente abandonado em 1977, atoleiros e ausência de pavimentação ainda são uma realidade para quem utiliza a rodovia que leva ao oeste do Amapá. 

Referências:


Macapá | Amapá | Projetos | Projetos não executados | Regime militar | Ditadura militar